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Hoje é um dia muito especial. Aos oitenta e um anos comecei a fazer este novo site. Dentro do possível recordarei os vinte anos que trabalhei nessa empresa metalúrgica de S. Mamede de Infesta: a Sonafi.

Foi uma, transcendente, passagem, que com alguma saudade recordo e que se passou num período entre os meus 34 e 54 anos. Não foi a primeira empresa em que trabalhei. Mas posso afirmar que esses vinte anos marcaram a minha vida para sempre.
Não sei se estarei à altura deste empreendimento. Muita coisa já esqueci e até existem pessoas cujo nome já não recordo e outras já deixaram este mundo experimental. Por isso mesmo, este relato é essencial e vale a pena tentar recordar:    
Começou por ser uma experiência muito especial que vivi numa altura em que o país atravessava uma ditadura. A democracia ainda não existia. Era um sonho. Era muito complicado tentar falar disso em público. Mas claro, que apesar disso, todos vivíamos pelo menos dentro do que era possível (e por vezes do impossível).
Essa experiência foi mesmo essencial para aquilo que, hoje penso. Aos oitenta e um anos, ainda escrevo, e julgo que continuarei a escrever enquanto as capacidades para isso se mantiverem. 
    
(
Terei de falar, do meu último livro que escrevi há menos de um ano: “Prosseguindo”. Aparentemente nada se assemelha aqui ao que escrevi nesse livro. Julgo, porém, que não será assim tão diferente. Esses tempos em que ocorreu essa experiência, são, afinal, uma pequena parte de uma vida, mas com evidente influência nos anos que se seguiram. A experiência da Sonafi é, por isso mesmo, também muito importante)


Este site, naturalmente, que refletirá tudo aquilo que vivemos entre 1969 e 1989. Perdoem-me os amigos que eu conheci e vivi nesses riquíssimos vinte anos na Sonafi. Como se compreenderá, só falarei desse tempo.Tentarei reunir outros testemunhos que dentro do possível irei agregar. Foram tempos magníficos, que eu e outros, vivemos naquela empresa. Tentarei de contactar outros amigos que foram lá empregados e que, por isso, podem dar, também, o seu contributo.   
Mais ou menos depois de 1989 a empresa deixou de fabricar uma boa parte dos seus artigos. Dividiu-se em duas: por um lado a Sonafi que passou só a fabricar moldes de fundição injetada. E por outro a STA, geograficamente muito perto, ou seja, do outro lado do rio Leça. Aí continuou a fabricar a diversidade de materiais, quer para equipar a arquitetura (dobradiças, fechaduras, chaves, fechos para portas e janelas, enfim uma infinidade de artigos), quer para equipar os quartos de banho e as cozinhas (desde as cafeteiras para fazer café aos porta papéis) quer ainda os carretos de pesca que foram muito conhecidos no mercado.
Alguns empregados já não estão nesta empresa, ou até neste planeta. Partiram para outro tipo de experiências (ou quem o sabe, para outro universo). Mas continuam vivos já que a sua VIDA continua sem dúvida. 

 

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