António durval
Recordando a SONAFI
Recordando a SONAFI
JÚLIO BARBOSA

PERLIMINARES
Olá Durval, viva!!! Congratulo-me com a brilhante ideia que tiveste em dedicar um pequeno trabalho histórico-literário relativo à SONAFI, após os seus mais de 65 anos de existência. Sem dúvida que é merecida essa “Homenagem” e muito me apraz teres-me convidado para ser “ouvido”!!! Foi e é uma Empresa, de referência e sempre vanguardista, no tecido Industrial Português, particularmente em S. Mamede de Infesta e ao longo de gerações serviu como uma Universidade da Vida, para centenas de colaboradores, que tiveram o privilégio de nela trabalhar e de se formarem, integralmente, quer no aspeto humano, moral e profissional.
Ainda hoje tenho importantes referências em pessoas que a SONAFI me proporcionou conhecer e ter como amigos ou companheiros de trabalho. Não irei mencionar nenhum particularmente, pois foram tantos e nas mais diversas vertentes, que ainda hoje merecem a minha admiração e amizade. Pena que já tenha que contar pelos dedos os que vão restando, mas dos outros ficarão sempre boas recordações e extraordinários exemplos, para o resto da minha vida.
Bom, eu sou o Júlio Barbosa, mais conhecido pelo “Barbosa da Fundição”, vivo em Gueifães há 46 anos, natural da Foz do Douro, mas ali vim parar por força e causa da SONAFI. Nasci a 25 de dezembro de 1945 e constituí família no ano em que vim trabalhar para a Empresa, passando a residir por cá desde então. Por isso, há 74 anos que a SONAFI, mudou a minha vida e dos meus.
ANTES DE CONHECER SONAFI
1- A construção da ponte da Arrábida, como um marco de referência na minha vida profissional
Antes de falar do que fazia na Sonafi existe algo que terei de abordar primeiro. Sempre trabalhei na área da mecânica industrial em especialidades distintas, desde os 12 anos de idade. Estive, por exemplo, responsável por uma pequena empresa que se criou quase propositadamente para apoiar a Manutenção e fazer a reparação das máquinas pesadas na construção da Ponde da Arrábida do Engº Edgar Cardoso, tinha 17 anos e já era eu a assumir e a orientar tudo aquilo que lá se fazia, também porque era o único entre os 16 que lá estavam, que tinha o curso industrial de Mecânica da Escola Infante D. Henrique (feito à noite e só não fui para o Instituto Industrial, porque a tropa me tramou). Toda a minha evolução académica e profissional foi exclusivamente feita a bater no duro. Não foi “leve” ir para aquela “universidade” às 6 horas da tarde e sair às 11H30 da noite, mas fui. Na altura estava trabalhar numa empresa que não era portuguesa, e disseram-me que precisavam de alguém que conhecesse bem as máquinas, desde os tornos, fresadoras, afiadoras, pantógrafos, fresadoras copiadoras e outras. Que também soubesse desenho técnico. Foi a então “Nomeco” (Nova Mecânica do Ouro) e então fui para lá. Como ficava próximo da zona da ponte (que hoje já não existe). A empresa começou a especializar-se em dar respostas às solicitações do parque de máquinas e gruas da Ponte da Arrábida. Desafiaram-me e deram as condições que eu queria, não só a nível monetário, mas também criar no primeiro piso um gabinete de desenho com um estirador e tudo bem artilhado. Uma vez apareceram com um pinhão de ataque cónico e helicoidal, monstro que pesava algumas dezenas de quilos, e todo desgastado. Perguntaram-se se eu era capaz de produzir uma peça daquelas, a partir daquilo. - "Penso que sou." Disse eu. Fui para lá aos sábados e domingos. Mandei comprar o aço para a fazer. Desenhei aquilo em cima de uma cartolina branca para determinar ângulos e módulos. Os tipos nem viram como aquilo foi engendrado, mas ficaram muito espantados, com o resultado e a precisão obtida, no trabalho final, mas nunca souberam como aquilo foi feito.
2 - A tropa
Entretanto, vem a tropa e eu avancei. Fui para Tavira tirar o curso de Sargentos Milicianos e lá encontrei o Manel Acácio (pequenino) que me dizia que trabalhava numa fábrica em S. Mamede, na Sonafi. Depois encontrei o David e o Gavina. Fomos todos colegas na vida militar e em várias Unidades. Naquele tempo era para despachar o pessoal para o Ultramar. Fui para a Escola Prática de Serviço de Material, que era a nossa vertente. Para lá foi também o David e o Acácio. Os outros foram para outros serviços.
Cumpri uma Comissão de três anos no Ultramar, que foram complicados. Estive no norte de Angola, no Uíge. Em 1970, retorno a Luanda e venho embora para Portugal.
3 - Regressado a Portugal
No Ultramar juntei algum dinheirito, o que permitiu quando cheguei, perguntar, a mim mesmo: -“o que vou fazer”? Nós em casa éramos 5 irmãos. Um deles também era da área mecânica . Pensei que não desejaria ir para o mesmo tipo de profissão. Como tenho algumas economias vou andar, por aí, mais calmo. Lá para o fim do ano começo a procurar emprego. Mas ao fim de 2 meses já estava saturado de nada fazer.
COMO CONHECI A SONAFI
A primeira visita
Por curiosidade lia com frequência no jornal os anúncios. Um dia aparece em "parangonas": "Sociedade Nacional de Fundição Injetada – SONAFI. Precisa-se de alguém com as caraterísticas, assim, assim, para coordenar equipa de fundição injetada não ferrosa."
Escrevi para lá e passados alguns dias estão a telefonar-me da Sonafi para ver se eu podia ir a uma entrevista. Assim fiz. Entrei pela porta da frente e vem uma miúda (que penso que era a Nazaré):"-O senhor vai falar com o nosso diretor de pessoal" (o Dr. Policarpo). Assim foi: falamos e expliquei que tinha regressado do ultramar e que desejava enveredar, profissionalmente, por outra área . Eu tinha um cunhado que era analista no Oliveira & Ferreirinha (O&F), que embora não fosse do ramo dos não ferrosos, era do ferro fundido e do maleável. Ele disse-me que tinha uma ideia do que era aquilo dos metais não ferrosos (uma atividade com futuro e nesse sentido, estava entusiasmado em experimentar). O Dr. Policarpo, lá me ouviu e depois deu-me uma quantidade de papeis para preencher. Fui fazer isso para o 2º piso (estava perto dos “estudos” e uma das pessoas que eu vi, foi o velhinho “Graça”). Depois o Dr. Policarpo disse-me que em princípio tinham um lugar para mim. "-Pode contar comigo se me acharem com algumas capacidades para desempenhar esse cargo." "-Vamos ter de transmitir-lhe alguns conhecimentos." Depois ele disse-me: "-Vamos dar uma volta à fábrica." Então, para o meu espanto, comecei a ver gente que já conhecia como por exemplo, o Acácio Pequenino. "-O que estás aqui a fazer?" Ele trabalhava com o Ramalho e depois trabalhou muito com o Alfredo Santos (mesmo quando saiu da empresa ele o Alfredo Santos formaram uma fábrica para fazer coisinhas do tipo que o Leonel, também engendrava, (admiro muito a sua criatividade!!). Foi ele que foi para a mecânica do Alfredo Santos. Havia o “Acácio grande” que trabalhava lá com o Soares, e o “pequenino” que era ele).
"-Bom. Deixe-o ficar. Não se importa que seja eu a mostrar a fábrica?" sugeriu o Acácio ao Drº. Policarpo. Aceitada a proposta levou-me logo até ao David à mecânica. Da mecânica fomos ao Gavina. Havia ainda outro qualquer (não sei se era o Abel, ou o Cabral). Isso aconteceu em 1970 talvez em julho.) "–OK. Tu também estás aqui?" Com aqueles antigos colegas da “tropa”, foi para mim um encanto! Foi assim fácil combinar o dia em que teria de pegar a trabalhar.
Entrei para a Sonafi para a secção de zamak. Durante dois meses andei com o chefe da equipa, já velhote, que era o Sr. Domingos (que lhe chamavam o Zé da Boina), na secção do Alumínio trabalhava o Agostinho Rua (meu grande amigo) e o grande "Big" do sector, que era o “bigodes”, o Júlio Santos. Ao fim de algumas semanas estava apto para desempenhar a função, que era em regime de turnos alternados. Foi complicada a ida da Foz a S. Mamede, no princípio, depois acabei por comprar um automóvel velho para me trazer de casa até à fábrica (antes vinha no elétrico 7 que saía antes da Ponte de Pedra, mas que a sua utilização era um biscato). Em janeiro de 1971, mudei-me para Gueifâes, e pronto: tomei conta de uma equipa de fundição de zamak.
Todo o pessoal era das redondezas, o Daniel, e depois o filho que também se chamava Daniel, o Augusto, o Armindo e o velho Zé. Alguns eram dali, outros do Marco de Canaveses (nunca mais os vi e com muita pena já que embora vivessem aqui, em S. Mamede, eram de Baião, Trofa, S. Romão do Coronado, daí dessas zonas). Foi assim a minha entrada na Sonafi.
OS TEMPOS DA FUNDIÇÃO INJETADA
O que era a Sonafi na minha ótica? Era uma empresa que detinha uma tecnologia que não era muito comum em Portugal: Fundição injetada. Haviam duas, ou ainda uma outra lá para o Sul. Mas ela era a primeira. Estava naquela altura, em 70, numa fase de crescimento brutal. A análise que eu faço à posteriori, que não é de agora, era uma empresa que tinha uma boa cabeça a nível da engenharia e quadros técnicos superiores. (alguns com traquejo como o Vilarinho, o tal Graça, o Pinto de Sousa, o Rodrigues, o Azeredo e outros) Tinha alguns técnicos muito “sabedores” daquilo que era o seu mister ali dentro, mas com um comportamento um pouco arrevesado para aquilo que era a minha ideologia, a minha forma de estar. Eles eram muito duros. O falecido José Leites, era um bom profissional, mas no relacionamento, especialmente com o pessoal, deixava muito a desejar. O próprio Júlio Santos era muito severo (que já morreu). Tinha também o Joaquim Santos e outros. Eram muito senhores do seu nariz. Não tinham galões, mas comportavam-se como tal, militarmente falando. Talvez a sua atitude no relacionamento, estivesse na limitação dessas capacidades e na dificuldade de abertura a outro tipo de postura, menos rígida e limitada. Eu tinha uma formação humana e pessoal algo vincada por minha iniciativa e de um outro contexto vivencial.
(O meu pai não era ateu mas era agnóstico. Eu tinha uma formação mais próximo à igreja. Na minha juventude andei pela JOC ("Juventude Operária Católica"). Cheguei a ser Presidente da secção de Lordelo do Ouro da JOC local. Cheguei a ler muito da Rerum Novarum, de Leão XIII e da Pacem in Terris de João XXIII. Admirava Monsieur Josef Cardijn, fundador da JOC e mais tarde de João Paulo II, Hoje já sou um bocado diferente. Não sei muito bem o que sou, mas comecei a verificar que havia, também, muito dogmatismo. (O Homem é qualquer coisa mais nobre e superior).
A história e a doutrina social da Igreja dava-me um cunho comportamental muito diferente daquilo que pairava por ali. Isto aqui parece as três classes: a Nobreza, o Clero e o Povo. O Povo era o escravo. Tratavam-nos bastante abaixo não sei quantas vezes. Tentei dar a “volta ao texto” para com a minha equipa pelo menos. Era assim que alguém como eu, que aprendia ao “ver, julgar e agir”, (era um método que me ensinaram na JOC). Isso trouxe-me algumas incompatibilidades com algumas pessoas, mas, ao mesmo tempo, foi nesse período entre os anos de 70, 71, 72, diria, toda a década 70. Houve uma entrada de gente nova, brutal, ali dentro. Estou a falar do Bettencourt, do Maia Sá, do Alves, do Carlos Correia, do Abel, enfim, muita gente. Estava também o Gavina, o Dias, o Jofre e muitos outros. Aquela entrada rejuvenesceu a fatia de funcionários, o que foi muito importante. Que era, como costumo dizer, o “fiambre da sande”. Nós vamos tentar dar a volta ao texto. Vamos dar a “cambalhota” a este contexto. Assim foi. Sem tirar o valor, que também o tinham, àquela gente toda. Andavam, porém, sempre em questiúnculas, ora com o Júlio Santos, o Sá, o Teófilo, o Gilberto Pinto. Houve tempos em que ele deixou de falar comigo. Eu nem dava muita importância a isso. O Ramalho foi sempre um tipo porreiro. Mas aquele que era da Ribeira, o Santiago dos balancés, foi difícil encaixar.
Entretanto, começou a vir aquela “coqueluche”, primeiro por força dos dinheiros que entravam, segundo pela necessidade interna de subir patamares, na qualificação das pessoas, que foi a Formação Profissional, especialmente no pós-25 de Abril. Embrenhei-me muito nisso, extra, profissão, com um núcleo que lá dentro já existia, liderado pelo Bianchi de Aguiar. Começamos a entrar aos poucos por tudo aquilo e subimos. Diria que foi um passo de gigante, com a envolvência de toda a gente dentro da Empresa, e com o apoio do CATIM, do CENFIM e outros centros de Formação.
Misturando este grupo, muito novo, que entrou naqueles 5 anos, conseguiu-se anexar ao bom que já lá existia, permitiram começar a pensar-se noutros nichos de negócio, mais exigentes. Foi esse o bom resultado da grande experiência que aquilo continha. Os craques que havia, como era o caso dos "Estudos Técnicos" assim como outros como o “Estudo Científico do Trabalho/Tempos e Métodos”. Ao nível de muitas coisas em que a Sonafi, na minha ótica, foi pioneira (só conhecia, aquilo se tentava na Efacec, na Soprel, no Oliveira Ferreirinha, e no Eduardo Ferreirinha, onde faziam fundição ferrosa). Fez-se muita coisa. Houve ali um período de muita criatividade, de muita modificação. Eu diria que foram uns anos de ouro, para a Sonafi, naquelas décadas.
O Eng. Macedo gostava de falar comigo. Para mim, foi uma excelente pessoa. Era um tipo com uma verticalidade e com um nível impecável. Ele falava-me muitas vezes e dizia: ":-Você sabe. Isto não é o nosso objetivo. Andar a fazer puxadores, fechaduras, etc.. Na Alemanha e até países do leste europeu já fazem muita peça em injetado para o automóvel, a “peça técnica”. É para isso que nós temos de caminhar:"
DOS NOVOS DESFIOS IMPLEMENTADOS ATÉ AO FIM
Foi nessa altura que se começou a desenhar um novo desafio. Havia o interesse particular do cliente belga que era a Sobinco (que já estava uns patamares muito acima de nós e ao nível da Bélgica, mas que vinha aqui procurar a mão de obra barata, a peça a baixo custo, e aquilo que eles já não queriam fazer.
Um dia sou chamado ao Eng. Macedo e através da sua secretária (julgo que a Maria Fernanda): "-Por favor sente-se aí. Nós andamos a pensar, pois tenho uns contactos com um espanhol sediado na Venezuela que é fornecedor de quinquilharia em zamak (torneiras, grifos, e outras coisas em zamak) e estamos a pensar abrir lá uma unidade fabril de fundição injetada. Lembrei-me de si. Eu respondi: -"Fez bem!. Ele retorquiu: "-Não é nada de especial para si? " "-Não. É um bom desafio e eu sou capaz de alinhar. Claro que teremos de ver as condições e outros pormenores. Estou aqui já há alguns anos. Eu tenho de ter condições para viver lá com a Família e melhor que aqui. É tudo uma questão de ver embora não se restrinja tudo a isto. Mas o desafio, para mim, está a ser aliciante." O Eng. Macedo respondeu:"-Pense nisso e depois falaremos novamente". "-Não Sr. Engenheiro. O melhor será o senhor pedir a alguém que prepare uma proposta para eu estudar."
Quando chegou essa proposta ela teve uns remendos nalgumas alíneas, por exemplo: o colégio para o meu miúdo que teve de ser em português e castelhano e que tinha de ir lá ver primeiro como era. No dia seguinte apresentei a contraproposta com essas correções. Ele respondeu que estava tudo bem e estavam de acordo. "-Vamos combinar agora com a gestão de lá".
A minha mulher já estava a contar com isso. Fomos à Venezuela eu o Júlio Santos em dezembro de 1979 para vermos o que é que era preciso para o projeto funcionar. Estivemos lá cerca de um mês e meio. Quando viemos embora apresentamos à Sonafi uma panóplia de necessidades. Arranquei, para lá, no fim de janeiro de 1980 e comecei a montar a nova empresa. Tinha levado comigo um moço do Alcino, (o Pinto) que era ajustador de cunhos e cortantes, e também, bom serralheiro. Aquilo no início não foi fácil, mas tudo no início é difícil. Quando eu já tinha a empresa a rolar, ficamos com uma espécie de "mini Sonafi". Tinha desde a fundição injetada, corte de gito, cromagem, acabamentos, etc. (Chamava-se SOFIVEN”. Lá apanhei, também, um chileno muito porreiro (que tinha fugido do Chile por causa do Pinochet e onde estava a ser perseguido). Ele era um mestre nas áreas da galvanoplastia.Tive a sorte de o apanhar e reuni uma boa equipa de uns 20 e tal elementos (a minha mulher, entretanto engravidou lá pela segunda vez. Ela nunca gostou daquele ambiente latino. O choque em Caracas é muito grande quando se entra lá. Seja onde for da rua, desde a menos central à mais central, lá tudo é gradeado. Nas casas de pessoas com muito dinheiro há sempre seguranças. Julgo que hoje ainda é pior).
Ao fim de dois anos a empresa estava a trabalhar em pleno, quando tinha vindo a Portugal falei com o Eng. Macedo e disse-lhe para arranjar alguém que tomasse conta da empresa venezuelana porque desejava regressar assim como a minha família. Foi para lá o Eng. Ferreira e eu vim embora em 81. Obviamente que quando voltei para a Sonafi já não tinha lugar na fundição injetada. Era então o Engº. Silvestre, na altura o braço direito do Eng. Macedo. Tomei então parte de uma nova Organização dos Serviços Técnicos de Apoio e Manutenção. Foi aí que eu e o Gilberto Pinto, nos começamos a entender, mas não muito bem. Disse então ao Eng. Macedo só isto: "-Ou ele, ou eu". Aquilo estava muito complicado e eu fiz um projeto daquilo que desejava fazer. Se tiver o “agreement”, tudo bem. Se não, vou-me embora. Afinal fiz o meu projecto e pus aquilo a funcionar.
Em 1989, oito anos depois de eu ter vindo da Venezuela, surgiu a ideia da Sonafi se descartar de tudo quanto era de dobradiças e outros artigos para a Construção Civil. A Sobinco interessa-se pela parte da Sonafi “casa” e propôs uma compra daquela área de produção. O Eng. Silvestre é o escolhido pelos belgas para “tocar a nova sinfonia” da parte da Sobinco. Como nos entendiamos bem, ele veio ter comigo e disse-me: "-Se você for comigo eu vou. Senão não vou." "-OK engenheiro, vamos a isso. Para já temos de saber onde vamos meter estas coisas todas." (Maquinaria, Equipamentos, e toda a orgânica necessária a uma nova Fábrica), que representou em pessoal, cerca de 40% do efectivo da SONAFI.
Andamos a procurar algum tempo, local e instalações, por fim apareceu na zona industrial de Gueifães e nas antigas instalações da Têxtil “Os Marinhos” ali bem perto, na rua de Terramonte. E assim começou a STA - Sociedade Transformadora de Alumínios, com tudo de que era da Sonafi (artigos para a casa) e outras coisas similares. Mais um empreendimento, mais uma aventura desafiante.
Andei lá cerca de 10 anos até atingir a idade da reforma.